Doze Homens de Paulo - Bruce Anstey
© Christian Truth Publishing - 9-B Appledale Road Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0 CANADA - Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por Verdades Vivas - verdadesvivas.com.br
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Resumo dos Doze Homens de Paulo
- O “velho
homem” – um termo abstrato que descreve o estado moral corrupto da raça
caída de Adão.
- O “novo
homem” – a nova ordem moral de perfeição na raça da nova criação sob
Cristo.
- O “primeiro
homem” – a condição natural e terrenal da raça humana sob Adão.
- O “segundo
homem” – a ordem espiritual da humanidade na raça da nova criação sob
Cristo.
- O “homem
exterior” – o corpo humano.
- O “homem
interior” – a alma e o espírito humano.
- O “homem
natural” – uma pessoa perdida à parte do novo nascimento.
- O “homem
espiritual” – um crente, nascido do Espírito, selado com o Espírito e
governado pelo Espírito.
- O “homem
carnal” – uma pessoa governada pela carne.
- O “homem
perfeito” – um Cristão maduro.
- Um “homem miserável” – um crente que carece de libertação.
- Um “homem
em Cristo” – um crente que conhece sua posição em Cristo e libertação
prática em sua alma.
Algumas Considerações Práticas
Enquanto
a luta em Romanos 7:14-25 não é tecnicamente uma experiência Cristã, muitos
Cristãos a experimentam de uma forma modificada. Dizemos modificada porque o
homem descrito em Romanos 7 é visto como não tendo o Espírito Santo,
diferentemente de todo Cristão verdadeiro. A luta com a carne que os Cristãos
frequentemente experimentam é mais adequadamente descrita em Gálatas 5:16-17.
Diz: “Porque
a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro: para que não façais o que quereis”. Isso se refere a um Cristão que tem o
Espírito, mas não está andando “no
Espírito” (v. 16 – ARA). A luta em Romanos 7 é entre a carne e a nova
natureza em um filho de Deus, enquanto a luta em Gálatas 5 é entre a carne e o
Espírito em um crente que não está andando no Espírito. (Também não devemos
relacionar a luta espiritual em Efésios 6:10-18 com a de Gálatas 5. Elas são
diferentes. Efésios 6 descreve uma luta que resulta quando um Cristão anda no
Espírito, enquanto Gálatas 5 é uma luta que resulta quando ele não anda no
Espírito).
Todos nós sabemos muito bem o que é ter falta de poder espiritual e não
ser capaz de dizer não ao pecado em nossa vida, mesmo tendo o Espírito em nós.
Por que isto é assim? Porque uma coisa é ter o Espírito de Deus em nós, e outra é ter o Espírito agindo por nós de uma maneira presente e
contínua. O lado da soberania na libertação é o dom do Espírito, mas pelo lado
da responsabilidade, devemos deixar que o Espírito nos encha, para que Seu
poder esteja presente, mantendo a carne subjugada.
Em Romanos 8:5-13, Paulo explica que existem dois domínios, ou esferas,
nos quais uma pessoa pode viver: uma esfera que pertence “à carne” e uma esfera que pertence “ao Espírito”. Ele diz: “Porque os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da
carne” (v. 5a). “Inclinar-se” para algo significa “prestar atenção” em algo. Paulo não
entra em detalhes sobre o que são essas coisas, mas todos nós sabemos a que
tipo de coisas a carne é atraída. Esta é a esfera em que o homem perdido vive:
ele não conhece outro domínio. Mas é possível que os Cristãos também vivam
nessa esfera de coisas.
Então ele diz: “Mas os que são segundo o Espírito (inclinam-se) para as coisas
do Espírito” (v. 5b). Essa é a esfera em que Deus pretende que o Cristão viva. Mais
uma vez, Paulo não nos fornece detalhes sobre o que são essas coisas.
Simplificando, são aquelas coisas que têm a ver com os interesses de Cristo.
Seria estudar as Escrituras, orar, cantar hinos que façam melodia em nosso
coração, ir a reuniões bíblicas, telefonar ou escrever a outros Cristãos para
encorajá-los, visitar pessoas com uma palavra de encorajamento, compartilhar o
evangelho, distribuir folhetos do evangelho, fazer boas obras de necessária
utilidade, etc.
O que o apóstolo está apontando aqui é que essas duas esferas são
exatamente opostas entre si. Seus interesses são polos opostos. Uma serve aos
interesses do “eu” e a outra aos interesses de Cristo. É
como uma estrada que se ramifica em duas e cada ramificação se distancia uma da
outra. Uma leva ao que é verdadeiramente “vida
e paz” e a outra leva à “morte”
– morte moral (v. 6).
Então, nos versículos 12-13, Paulo chega a uma séria conclusão: “Porque,
se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as
obras do corpo, vivereis”. Seu argumento aqui é que podemos escolher em qual esfera queremos
viver. Ele diz: “Se viverdes segundo a carne,
morrereis”. Esta é uma palavra solene. Se escolhermos viver na esfera da carne,
isso levará à morte moral em nossa vida. O modo como Paulo usa a morte aqui é
diferente da maioria dos outros lugares na Bíblia. O apóstolo não está falando
sobre morte física, mas morte moral
na vida do crente, que inevitavelmente resulta em fracasso. A morte, como
sabemos, sempre carrega a ideia de separação.
Neste versículo, refere-se a uma separação, ou uma ruptura, em nosso vínculo de
comunhão com Deus. O ponto aqui é simples; se vivermos na esfera da carne,
podemos esperar que isso irá trazer morte. Mas ele também diz: “Mas,
se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. Isso significa que, se escolhermos viver na
esfera do Espírito, teremos muito poder para viver uma vida santa para a glória
de Deus. É isso que é ser cheio do Espírito (Ef 5:18). Isso significa que, se
vivermos na esfera correta, a carne não terá um ponto de apoio para agir em
nós. Em Gálatas 5:16, Paulo fala da mesma coisa, dizendo: “Andai
em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne”.
A razão pela qual perdemos a batalha contra esse inimigo interior é que
passamos muito tempo na esfera errada, cuidando das coisas da carne. Podemos
nos perguntar: “Em qual dessas duas esferas eu vivo? O que ocupa primordialmente
minha vida? São as coisas que pertencem aos interesses de Cristo, ou são coisas
carnais?” Dizem que “se agradarmos a
carne, impediremos o Espírito”.
Portanto, é hora de começarmos a viver na esfera correta e experimentar o poder
de Deus e o gozo de um viver Cristão em nossa vida.
UM HOMEM EM CRISTO
Romanos
8:1 diz: “Portanto
agora nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo
Jesus” (ARA).
Aqui, o apóstolo descreve a posição Cristã completa de “um homem em Cristo”. O capítulo revela o estado Cristão normal de
estar “no Espírito” (v. 9) e “guiado pelo Espírito” (v. 14). A luta,
conforme descrito no capítulo 7, acabou, e o crente é visto como tendo uma
libertação presente do pecado
interior (vs. 1-4), e aguardando uma libertação futura da presença do pecado ao seu redor – na vinda do Senhor (vs.
18-23).
A
libertação do estado miserável de Romanos 7 para o feliz estado de Romanos 8
não ocorre até que a confiança própria e a esperança em si mesmo sejam
aniquiladas e ele procure fora de si a libertação dos desejos de sua natureza
pecaminosa. Note, ele não diz: “Miserável homem que eu sou! O QUE me
livrará...?” Ele diz: “Miserável
homem que eu sou! QUEM me livrará…?” (v. 24) Isso mostra que a libertação
não é encontrada em uma filosofia ou em um programa de autoajuda, mas em uma
Pessoa – o Senhor Jesus Cristo. É significativo que, enquanto o homem luta com
a carne, como visto em Romanos 7, o Espírito de Deus não é mencionado nenhuma
vez. Mas no momento em que ele desvia o olhar de si mesmo para um Libertador e
vê seu lugar “em Cristo”, o Espírito
de Deus é mencionado muitas vezes, como observado em Romanos 8. O homem em
Romanos 8 é visto como selado com o Espírito e em plena posição Cristã e
desfrutando de um estado de paz e libertação.
Em
2 Coríntios 12:1-3 é descrito o estado de “um
homem em Cristo” que conhece a libertação em sua alma e desfruta de
comunhão com Deus. O homem miserável está ocupado consigo mesmo (Rm 7:14-24). “Eu”, “mim”, “minha”, são
mencionados cerca de 40 vezes! Mas o homem em Cristo está tão plenamente
ocupado com Cristo e com as coisas celestiais que perdeu a noção de si mesmo.
Ele não tinha consciência se estava dentro ou fora do corpo! A mulher em Lucas
13:11 é uma figura de alguém na condição miserável. Ela estava “curvada” e, como resultado, tudo o que
ela podia ver era a si mesma. Mas quando o Senhor a tocou, ela se ergueu e pôde
olhar em Seu rosto. Consequentemente, ela não via mais a si mesma.
UM HOMEM MISERÁVEL
O
“homem miserável”, em Romanos
7:14-25, é uma alma nascida de novo que ainda não está descansando em fé na
obra consumada de Cristo. Ela, portanto, não está na plena posição Cristã
diante de Deus, nem tem o Espírito nela habitando (Rm 8:9).
Nesta
passagem, o apóstolo descreve uma alma sincera nesse estado, que está tentando
manter a carne sob controle e tentando viver uma vida santa, mas falhando
miseravelmente (vs. 18-21). Ela tem duas naturezas, que são retratadas no “eu”
que se deleita em fazer o bem (v. 22) e no “eu” que faz o mal (v. 23); mas ela
não tem o poder de “realizar
o bem”. Quando uma alma
carrega um forte desejo de ser santa, mas se sente impotente, ela se enche de
desânimo e se sente miserável. Ela odeia o mal que faz, sendo incapaz de conter
a carne. Ela não tem libertação porque está procurando dentro de si o poder
para isso.
Enquanto
estiver nesse estado miserável, a pessoa muitas vezes cometerá o erro mais
destrutivo, que é recorrer à lei para se libertar. Assumindo que a lei é a
resposta, a pessoa a colocará diante de sua alma como um padrão para sua vida.
Se não for a Lei de Moisés, será algum padrão de santidade imposto a si
próprio. Mas de qualquer maneira, não é esse o caminho da libertação. Como
resultado, ela só se torna mais infeliz. Deus proverá a libertação na Pessoa de
Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, mas ela deve primeiramente aprender a lição
de que o poder da libertação não se encontra em si mesma.
UM “HOMEM MISERÁVEL” E UM “HOMEM EM CRISTO”
Em
Romanos 7:24, Paulo diz: “Miserável
homem
que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? E então, em 2 Coríntios 12:2, ele diz:
“Conheço um
homem em Cristo...”.
Esses dois termos parecem contrastar um com o outro, e os tomaremos dessa
maneira. O “homem miserável” define
uma pessoa sem libertação, e “um homem
em Cristo” é aquele que conhece a libertação em Cristo.
Algumas Considerações Práticas
Podemos
nos perguntar por que alguns Cristãos, depois de serem salvos, progridem
rapidamente nas coisas divinas, enquanto outros parecem progredir mais
lentamente, com muitos altos e baixos. Se colocássemos num gráfico, a linha
seria quase vertical para alguns, enquanto para outros, ela teria curvas para
cima e para baixo. Alguns pensam que isso ocorre porque temos níveis diferentes
de inteligência. Outros dirão que isso tem a ver com a pessoa ser estudiosa ou
não – muitas vezes se desculpando, dizendo que não são de muita leitura. E
outros pensam que é necessário ter um dom para isso, e nem todos os Cristãos têm
esse dom. Mas essas não são as razões pelas quais alguns crescem mais
rapidamente que outros.
Alguém
disse que o crescimento espiritual é como acender um fogo. Você pode arrumar a
lenha de tal maneira que, quando você acende o fogo, ele realmente pega e queima
bem. Mas você também pode arrumá-la ao léu de forma que o fogo não pegue muito
bem. É exatamente o mesmo nas coisas de Deus. Precisamos ter certos princípios
em vigor em nossa vida, para que o Espírito de Deus possa tomar a verdade de
Deus e aplicá-la ao nosso coração e consciência para criar crescimento real.
Como existe um paralelo entre crescimento natural e crescimento espiritual,
precisamos ter as seguintes coisas em nossa vida:
- Boa
comida – Alimentar-se
de Cristo na Palavra de Deus (1 Pe 2:1-2).
- Ar
fresco – Respirar a
atmosfera celestial de comunhão com Deus Pai e o Filho (Jo 14:23).
- Exercício
com regularidade
– Julgamento próprio por meio do qual toda coisa carnal é removida de nossa
vida (1 Tm 4:7).
- Um
ambiente livre de contaminação
– comunhão Cristã em separação do mundo (2 Co 6:14-17; At 4:23; 2 Tm 2:22).
Assinar:
Postagens (Atom)