quinta-feira, 23 de julho de 2020

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Resumo dos Doze Homens de Paulo

  • O “velho homem” – um termo abstrato que descreve o estado moral corrupto da raça caída de Adão.
  • O “novo homem” – a nova ordem moral de perfeição na raça da nova criação sob Cristo.
  • O “primeiro homem” – a condição natural e terrenal da raça humana sob Adão.
  • O “segundo homem” – a ordem espiritual da humanidade na raça da nova criação sob Cristo.
  • O “homem exterior” – o corpo humano.
  • O “homem interior” – a alma e o espírito humano.
  • O “homem natural” – uma pessoa perdida à parte do novo nascimento.
  • O “homem espiritual” – um crente, nascido do Espírito, selado com o Espírito e governado pelo Espírito.
  • O “homem carnal” – uma pessoa governada pela carne.
  • O “homem perfeito” – um Cristão maduro.
  • Um “homem miserável” – um crente que carece de libertação.
  • Um “homem em Cristo” – um crente que conhece sua posição em Cristo e libertação prática em sua alma.


Algumas Considerações Práticas

Enquanto a luta em Romanos 7:14-25 não é tecnicamente uma experiência Cristã, muitos Cristãos a experimentam de uma forma modificada. Dizemos modificada porque o homem descrito em Romanos 7 é visto como não tendo o Espírito Santo, diferentemente de todo Cristão verdadeiro. A luta com a carne que os Cristãos frequentemente experimentam é mais adequadamente descrita em Gálatas 5:16-17. Diz: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro: para que não façais o que quereis”. Isso se refere a um Cristão que tem o Espírito, mas não está andando “no Espírito” (v. 16 – ARA). A luta em Romanos 7 é entre a carne e a nova natureza em um filho de Deus, enquanto a luta em Gálatas 5 é entre a carne e o Espírito em um crente que não está andando no Espírito. (Também não devemos relacionar a luta espiritual em Efésios 6:10-18 com a de Gálatas 5. Elas são diferentes. Efésios 6 descreve uma luta que resulta quando um Cristão anda no Espírito, enquanto Gálatas 5 é uma luta que resulta quando ele não anda no Espírito).
Todos nós sabemos muito bem o que é ter falta de poder espiritual e não ser capaz de dizer não ao pecado em nossa vida, mesmo tendo o Espírito em nós. Por que isto é assim? Porque uma coisa é ter o Espírito de Deus em nós, e outra é ter o Espírito agindo por nós de uma maneira presente e contínua. O lado da soberania na libertação é o dom do Espírito, mas pelo lado da responsabilidade, devemos deixar que o Espírito nos encha, para que Seu poder esteja presente, mantendo a carne subjugada.
Em Romanos 8:5-13, Paulo explica que existem dois domínios, ou esferas, nos quais uma pessoa pode viver: uma esfera que pertence “à carne” e uma esfera que pertence “ao Espírito”. Ele diz: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne (v. 5a). “Inclinar-se” para algo significa “prestar atenção” em algo. Paulo não entra em detalhes sobre o que são essas coisas, mas todos nós sabemos a que tipo de coisas a carne é atraída. Esta é a esfera em que o homem perdido vive: ele não conhece outro domínio. Mas é possível que os Cristãos também vivam nessa esfera de coisas.
Então ele diz: Mas os que são segundo o Espírito (inclinam-se) para as coisas do Espírito (v. 5b). Essa é a esfera em que Deus pretende que o Cristão viva. Mais uma vez, Paulo não nos fornece detalhes sobre o que são essas coisas. Simplificando, são aquelas coisas que têm a ver com os interesses de Cristo. Seria estudar as Escrituras, orar, cantar hinos que façam melodia em nosso coração, ir a reuniões bíblicas, telefonar ou escrever a outros Cristãos para encorajá-los, visitar pessoas com uma palavra de encorajamento, compartilhar o evangelho, distribuir folhetos do evangelho, fazer boas obras de necessária utilidade, etc.
O que o apóstolo está apontando aqui é que essas duas esferas são exatamente opostas entre si. Seus interesses são polos opostos. Uma serve aos interesses do “eu” e a outra aos interesses de Cristo. É como uma estrada que se ramifica em duas e cada ramificação se distancia uma da outra. Uma leva ao que é verdadeiramente “vida e paz” e a outra leva à “morte” – morte moral (v. 6).
Então, nos versículos 12-13, Paulo chega a uma séria conclusão: Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Seu argumento aqui é que podemos escolher em qual esfera queremos viver. Ele diz: Se viverdes segundo a carne, morrereis. Esta é uma palavra solene. Se escolhermos viver na esfera da carne, isso levará à morte moral em nossa vida. O modo como Paulo usa a morte aqui é diferente da maioria dos outros lugares na Bíblia. O apóstolo não está falando sobre morte física, mas morte moral na vida do crente, que inevitavelmente resulta em fracasso. A morte, como sabemos, sempre carrega a ideia de       separação. Neste versículo, refere-se a uma separação, ou uma ruptura, em nosso vínculo de comunhão com Deus. O ponto aqui é simples; se vivermos na esfera da carne, podemos esperar que isso irá trazer morte. Mas ele também diz: Mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Isso significa que, se escolhermos viver na esfera do Espírito, teremos muito poder para viver uma vida santa para a glória de Deus. É isso que é ser cheio do Espírito (Ef 5:18). Isso significa que, se vivermos na esfera correta, a carne não terá um ponto de apoio para agir em nós. Em Gálatas 5:16, Paulo fala da mesma coisa, dizendo: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.
A razão pela qual perdemos a batalha contra esse inimigo interior é que passamos muito tempo na esfera errada, cuidando das coisas da carne. Podemos nos perguntar: “Em qual dessas duas esferas eu vivo? O que ocupa primordialmente minha vida? São as coisas que pertencem aos interesses de Cristo, ou são coisas carnais?” Dizem que “se agradarmos a carne, impediremos o Espírito”. Portanto, é hora de começarmos a viver na esfera correta e experimentar o poder de Deus e o gozo de um viver Cristão em nossa vida.

UM HOMEM EM CRISTO

Romanos 8:1 diz: “Portanto agora nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus” (ARA). Aqui, o apóstolo descreve a posição Cristã completa de “um homem em Cristo”. O capítulo revela o estado Cristão normal de estar “no Espírito” (v. 9) e “guiado pelo Espírito” (v. 14). A luta, conforme descrito no capítulo 7, acabou, e o crente é visto como tendo uma libertação presente do pecado interior (vs. 1-4), e aguardando uma libertação futura da presença do pecado ao seu redor – na vinda do Senhor (vs. 18-23).
A libertação do estado miserável de Romanos 7 para o feliz estado de Romanos 8 não ocorre até que a confiança própria e a esperança em si mesmo sejam aniquiladas e ele procure fora de si a libertação dos desejos de sua natureza pecaminosa. Note, ele não diz: “Miserável homem que eu sou! O QUE me livrará...?” Ele diz: “Miserável homem que eu sou! QUEM me livrará…?” (v. 24) Isso mostra que a libertação não é encontrada em uma filosofia ou em um programa de autoajuda, mas em uma Pessoa – o Senhor Jesus Cristo. É significativo que, enquanto o homem luta com a carne, como visto em Romanos 7, o Espírito de Deus não é mencionado nenhuma vez. Mas no momento em que ele desvia o olhar de si mesmo para um Libertador e vê seu lugar “em Cristo”, o Espírito de Deus é mencionado muitas vezes, como observado em Romanos 8. O homem em Romanos 8 é visto como selado com o Espírito e em plena posição Cristã e desfrutando de um estado de paz e libertação.
Em 2 Coríntios 12:1-3 é descrito o estado de “um homem em Cristo” que conhece a libertação em sua alma e desfruta de comunhão com Deus. O homem miserável está ocupado consigo mesmo (Rm 7:14-24). “Eu”, “mim”, “minha”, são mencionados cerca de 40 vezes! Mas o homem em Cristo está tão plenamente ocupado com Cristo e com as coisas celestiais que perdeu a noção de si mesmo. Ele não tinha consciência se estava dentro ou fora do corpo! A mulher em Lucas 13:11 é uma figura de alguém na condição miserável. Ela estava “curvada” e, como resultado, tudo o que ela podia ver era a si mesma. Mas quando o Senhor a tocou, ela se ergueu e pôde olhar em Seu rosto. Consequentemente, ela não via mais a si mesma.

UM HOMEM MISERÁVEL

O “homem miserável”, em Romanos 7:14-25, é uma alma nascida de novo que ainda não está descansando em fé na obra consumada de Cristo. Ela, portanto, não está na plena posição Cristã diante de Deus, nem tem o Espírito nela habitando (Rm 8:9).
Nesta passagem, o apóstolo descreve uma alma sincera nesse estado, que está tentando manter a carne sob controle e tentando viver uma vida santa, mas falhando miseravelmente (vs. 18-21). Ela tem duas naturezas, que são retratadas no “eu” que se deleita em fazer o bem (v. 22) e no “eu” que faz o mal (v. 23); mas ela não tem o poder de “realizar o bem”. Quando uma alma carrega um forte desejo de ser santa, mas se sente impotente, ela se enche de desânimo e se sente miserável. Ela odeia o mal que faz, sendo incapaz de conter a carne. Ela não tem libertação porque está procurando dentro de si o poder para isso.
Enquanto estiver nesse estado miserável, a pessoa muitas vezes cometerá o erro mais destrutivo, que é recorrer à lei para se libertar. Assumindo que a lei é a resposta, a pessoa a colocará diante de sua alma como um padrão para sua vida. Se não for a Lei de Moisés, será algum padrão de santidade imposto a si próprio. Mas de qualquer maneira, não é esse o caminho da libertação. Como resultado, ela só se torna mais infeliz. Deus proverá a libertação na Pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, mas ela deve primeiramente aprender a lição de que o poder da libertação não se encontra em si mesma.

UM “HOMEM MISERÁVEL” E UM “HOMEM EM CRISTO”

Em Romanos 7:24, Paulo diz: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? E então, em 2 Coríntios 12:2, ele diz: “Conheço um homem em Cristo...”. Esses dois termos parecem contrastar um com o outro, e os tomaremos dessa maneira. O “homem miserável” define uma pessoa sem libertação, e “um homem em Cristo” é aquele que conhece a libertação em Cristo.

Algumas Considerações Práticas

Podemos nos perguntar por que alguns Cristãos, depois de serem salvos, progridem rapidamente nas coisas divinas, enquanto outros parecem progredir mais lentamente, com muitos altos e baixos. Se colocássemos num gráfico, a linha seria quase vertical para alguns, enquanto para outros, ela teria curvas para cima e para baixo. Alguns pensam que isso ocorre porque temos níveis diferentes de inteligência. Outros dirão que isso tem a ver com a pessoa ser estudiosa ou não – muitas vezes se desculpando, dizendo que não são de muita leitura. E outros pensam que é necessário ter um dom para isso, e nem todos os Cristãos têm esse dom. Mas essas não são as razões pelas quais alguns crescem mais rapidamente que outros.
Alguém disse que o crescimento espiritual é como acender um fogo. Você pode arrumar a lenha de tal maneira que, quando você acende o fogo, ele realmente pega e queima bem. Mas você também pode arrumá-la ao léu de forma que o fogo não pegue muito bem. É exatamente o mesmo nas coisas de Deus. Precisamos ter certos princípios em vigor em nossa vida, para que o Espírito de Deus possa tomar a verdade de Deus e aplicá-la ao nosso coração e consciência para criar crescimento real. Como existe um paralelo entre crescimento natural e crescimento espiritual, precisamos ter as seguintes coisas em nossa vida:
  • Boa comida – Alimentar-se de Cristo na Palavra de Deus (1 Pe 2:1-2).
  • Ar fresco – Respirar a atmosfera celestial de comunhão com Deus Pai e o Filho (Jo 14:23).
  • Exercício com regularidade – Julgamento próprio por meio do qual toda coisa carnal é removida de nossa vida (1 Tm 4:7).
  • Um ambiente livre de contaminação – comunhão Cristã em separação do mundo (2 Co 6:14-17; At 4:23; 2 Tm 2:22).