quinta-feira, 23 de julho de 2020

Algumas Considerações Práticas

Visto que fazemos parte dessa nova raça celestial de criação, que substituiu a primeira raça sob Adão, devemos andar como tal. Sendo criaturas celestiais, precisamos ter o cuidado de não introduzirmos nada da primeira ordem do homem na esfera da nova. O que é do primeiro homem não deve intrometer-se nas coisas divinas. Pensar meramente em linhas terrenais e naturais é andar abaixo do que somos como seres celestiais. Graças naturais, intelecto humano, sentimentos humanos etc. não são maus, mas essas coisas emanam do primeiro homem e não têm lugar na assembleia. A intrusão dessas coisas naturais foi um problema na assembleia de Corinto. De fato, neste mesmo capítulo (1 Co 15), Paulo estava tratando disso. Os coríntios estavam, com seu intelecto humano, tentando entender “como” os mortos eram ressuscitados (v. 35). Como eles não conseguiram descobrir, alguns deles não acreditaram que havia uma ressurreição dos mortos.
Podemos aplicar o intelecto e a razão humanos nas coisas de Deus, o que certamente nos levará ao erro. Já não ocorreu de nos sentarmos em reuniões de cuidado e ouvirmos ideias e opiniões humanas – mesmo que bem-intencionadas? Tais intrusões não devem ser usadas na esfera espiritual, onde a Palavra de Deus deve ser o nosso único guia.
Trazer música para a adoração a Deus em uma assembleia Cristã seria uma intrusão do “primeiro homem” nas coisas de Deus. A habilidade humana, de tocar linda música, é algo natural. É aceitável em seu lugar próprio, mas não pertence ao círculo das coisas espirituais na assembleia. Por outro lado, apresentar-se com orgulho e vanglória é uma característica do “velho homem”, e certamente também não tem lugar na assembleia.
O sentimento e a emoção humanos, que emanam do primeiro homem, podem afetar nossas ações na assembleia e nos levar ao contrário da Palavra de Deus. Um exemplo seria alguém abraçando carinhosamente uma pessoa que foi tirada de comunhão por algum mal (com quem a Escritura diz que não devemos ter comunhão) porque sente pena dela.
Além disso, o que é decente e respeitoso no “primeiro homem” pode ser apoiado e até concedido um lugar na assembleia. Há uma tendência de se valorizar um irmão que tem charme natural, graça e capacidades intelectuais, em vez de valorizá-lo por suas qualidades espirituais.

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