Na
Escritura, nunca se diz que o “primeiro
homem” é corrupto ou pecaminoso, enquanto o “velho homem” nada mais é do que isso. O “primeiro homem” é um termo que se concentra no lado terrenal e anímico[1], da raça sob Adão – no que é puramente
natural na humanidade. O que é humano e natural não é mau. Por essa razão,
nunca se diz que o “primeiro homem”
foi “crucificado” com Cristo ou que
tenha sido submetido ao juízo de Deus, como é o caso do “velho homem” (Rm 6:6).
A
criação do homem conforme a primeira ordem tem muitos atributos do Próprio
Deus, pois ele foi criado à Sua “imagem”
e à Sua “semelhança” (Gn 1:26). Por
exemplo, o homem tem uma personalidade definida com gostos e aversões. Ele
também tem sentimentos e capacidade de raciocínio etc. Beleza e intelecto
naturais não são maus, mas fazem parte da composição de um ser humano. Deus não
levou isso a juízo, pois saiu de Sua própria mão na criação. É o mesmo com
nosso corpo; nunca se diz que ele é mal. Como mencionado anteriormente, a versão
inglesa King James traduz Filipenses 3:21, “nosso
corpo vil”, mas essa não é a melhor tradução, pois o que Deus criou não é
vil. Se nosso corpo fosse vil no sentido moderno da palavra, nunca seríamos
rogados a apresentá-lo a Deus como sacrifício vivo (Rm 12:1). Da mesma forma,
nunca se diz que a criação material que surgiu da mão de Deus seja má. Ela
tornou-se impura pelos efeitos do pecado e precisará ser purificada (Jó 15:15,
25:5; Hb 9:23), e algum dia será colocada de lado e substituída por um novo céu
e nova Terra (Hb 1:10-12; Ap 21:1). Mas não é dito que seja julgada por Deus,
como é o homem na carne.
Embora
não seja dito que o que é natural no “primeiro
homem” esteja sob o juízo de Deus, toda aquela ordem da humanidade foi substituída
por outra ordem sob Cristo, que é superior. Essa é a força da palavra “depois” em 1 Coríntios 15:46.
Portanto, o primeiro homem foi posto de lado e substituído pela nova ordem da humanidade sob Cristo. Os Cristãos
fazem parte dessa nova raça agora e estão esperando para trazer fisicamente a
imagem da segunda ordem (1 Co 15:49).
[1] N. do T.:
Anímico provém da palavra latina “anima”
que significa aquilo que é relativo ou pertencente à alma. É traduzida como
“natural” em 1 Co 2:14, como “animal” em 1 Co 15:44, 46; Tg 3:15 e “sensual” em
Jd 19.
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